
Chá das Cinco: Descobrindo a diferença entre as Zonas de Londres
A única coisa que ninguém me avisou, quando estava me preparando para vir para Londres, é que tem zona 2 no norte, no sul, no leste, no Oeste …. eu achava que se contava na escala progressiva, que depois da zona 1 vinha a zona 2, depois da 2 vinha a 3 e assim sucessivamente.
Foi quando cheguei aqui que descobri que eu estava morando na zona 2 perto de Maida Vale (mas para os outros eu dizia que era Hyde Park por ser bem ‘pertinho’) no Leste e a minha escola era lá na casa de onde o Zé perdeu as botas, na Zona 2 também, mas em Whitechapel!, no oeste da capital inglesa. Dois mundo totalmente diferentes. Em comum, apenas o número.
E o queixo caindo quando eu fui a escola pela primeira vez?
Sair de Maida Vale, ali ó, na esquina do Hyde Park com aquele povo bonito, turistas, artistas, gente fina mesmo e ir para Whitechapel onde já saía da da estação dentro de uma feira com um monte de indiano e paquistanês gritando ‘olha o peixe’ … foi barra.
Quando eu cheguei na porta da escola, numa rua cheia de depósitos de roupa, barzinho vendendo kebab e lojas desativadas eu pensei comigo mesmo: esta Londres aqui não estava nos livros e revistas que eu vi. Propaganda enganosa isso sim.
Mas eu sou um otimista nato e nem me desesperei. Foquei no meu objetivo de aprender uma nova língua para poder usar o Google melhor e segui em frente.
Inocente, eu pensei: se eu estou indo para Londres para estudar inglês eu vou ter um inglês ou uma inglesa como professora, certo?
Errado!
A minha primeira professora foi uma russa.
Ela já estava grávida de 5 meses (de um aluno viu?) quando eu cheguei para estudar. Quando ela saiu para ganhar nenê veio um albanês que eu não entendia metade do que ele falava. Ele bebia e quando ele não aparecia para dar aula, o dono da escola mesmo dava aula no lugar dele.
E esse era outro que eu não entendia muita coisa do que ele falava.
Meus primeiros 6 meses foram assim, aprendendo a falar inglês com gente de tudo que era nacionalidade (menos ingleses), numa escola de quinta, que para chegar lá eu tinha que pegar o ônibus 205 e rodar Londres por quase 1:30 para ir + 1:30 para voltar para casa.
A escola era tão ruim gente, que até a frase ‘the book is on the table’ que eu já vim sabendo do Brasil eu desaprendi estudando aqui.
Foi com o tempo que aprendi que Londres é maior do que mostra no mapa.
Que escola boa é privilégio para poucos.
E menos ainda são os que aparecem na sala de aula.
A imigração pode até ter mudado bastante nos últimos 10 anos. Mas estudante continua tendo como certo apenas o fato de que, depois da aula, tem sempre um pub da esquina para encontrar os amigos e botar a conversa em dia. Não importa se você mora longe ou perto.

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Sobre o Autor
1 Comentário
Bem legal sua história, voltei ao passado relembrando o choque que tive ao sair de casa para ir a minha primeira escola, em Lewisham. Quase morri, mas com muito pensamento positivo de que meu objetivo era o ingles. Mas com o tempo tudo mudou, troquei de escola na Oxford Street e tudo deslanchou..
Parabéns!